sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Momento Final

(A J.G. de Araujo Jorge) (in memoriam)

Em vão,

Tentei reaver o brilho dos teus olhos...

Teu jeito sereno,

Teu sorriso quase infantil.

Não crer,

Não participar daquele momento final,

Onde tudo estava desfeito.

Fugir da realidade,

Abrigar minha angústia

Na certeza de estar vivendo um pesadelo.

No entanto,

Eu estava ali,

Diante do teu silêncio...

Do teu sono irreversível,

Sem que pudesses me ver,

E me ouvir...

Tantas flores,

E tanta serenidade,

Envolvidos pelo soluço de alguém

Que o amava, como eu...

Nada fiz,

Fui incapaz de mover-me

Para ajuda-lo a despertar...

Para que compreendesses

Que ninguém havia se preparado

Para perdê-lo,

De repente,

Sem qualquer explicação.

Ione Moreira Coutinho

(Do livro – “À espera)

2 comentários:

  1. Na elegante e fina escrita da tua pena

    Às vezes é preciso acordar o silêncio da memória
    Ou esperar pelo adormecimento inadiável
    Com o gesto sereno e demorado da ternura
    Com o acordar do amor rompendo o improvável


    Um radioso fim de semana



    Doce beijo

    ResponderExcluir
  2. Na elegante e fina escrita da tua pena

    Às vezes é preciso acordar o silêncio da memória
    Ou esperar pelo adormecimento inadiável
    Com o gesto sereno e demorado da ternura
    Com o acordar do amor rompendo o improvável


    Um radioso fim de semana



    Doce beijo

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