sexta-feira, 16 de setembro de 2011

As reminiscências do passado
Denotam a descrença porque vivo agora.
Não quero mais emoções passageiras,
Preciso da segurança
De uma terra firme.

O tempo de colher os frutos chegou,
E essa consciência me aflige irremediável.
Vago por mim mesma
Campos vazios
Paisagens inabitadas.

Fujo para lugares onde os olhares humanos
Não alcançam...
É mais fácil deixar fluir
Meu subconsciente.

A hora inevitável da minha partida
Se aproxima sorrateira,
Inútil tentar repor o tempo
Desperdiçado...
Tenho contas
Impagáveis com a minha consciência,
Então,
Num último aceno
Eu vou...

Mas antes, quero pedir
Que fique,
E compartilhe comigo esta noite vazia.


Ione Moreira Coutinho

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Hoje


Inúmeras lembranças me vem,

Como fantasmas esquecidos

Neste quarto...

É um despertar indesejado,

Agora que tenho consciência

De que nada sobrevive além da tua falta.

Meu olhar perdido,

Nesta manhã de chuva

É um sinal nítido do tédio inconveniente

Que me absorve...

Estou inútil,

Sem saber como recomeçar a viver

Hoje, só de passado...

Sem futuro...

Neste presente em ruínas.

Ione Moreira Coutinho

(Do livro A Espera)